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EDUCAÇÃO 13/11/2018 Alunos da EMEB Paulo Cardoso apresentam trabalhos na Mostra Cultural 2018

Alunos da EMEB Paulo Cardoso apresentam trabalhos na Mostra Cultural 2018

Na semana passada, alunos do 1º ao 5º ano da EMEB Paulo Cardoso exibiram trabalhos confeccionados durante a execução do “Projeto Aqui Não”, na Mostra Cultural 2018. O evento aconteceu nos dias 8 e 9 na Casa de Cultura Marielle Franco, localizada no centro da cidade.

O projeto teve início em meados de abril com o intuito de provocar uma reflexão acerca de temas sensíveis como violência, bullying e intolerância. O foco era propor aos estudantes o desafio de pensar em saídas para esses paradigmas utilizando ferramentas como diálogo, gentileza e empatia.

Dificuldade constante para as professoras, os conflitos e desentendimentos entre os alunos da EMEB fizeram com que elas se unissem à diretora Patricia Elizabeth Gaitán para elaborar um plano que fizesse com que as crianças melhorassem o comportamento para assimilar de maneira efetiva o conteúdo das aulas.

No início da ação cartazes com a frase 'Aqui Não' foram espalhados pelas dependências da escola e, como resposta, as crianças disseram tudo o que dificultava a convivência entre os colegas. Agressividade, bullying, preconceito e intolerância foram os temas mais abordados e, a partir dessa reflexão, nascia o projeto Aqui Não, convidando as crianças a se expressarem por meio da arte.

Na entrada da sala principal da Casa de Cultura havia um varal de fotografias dos alunos chamado de 'Como eu me vejo e como o Outro me vê'. De um lado era exibido um retrato dos estudantes e do outro, desenhos feitos por eles mesmos completavam a fisionomia do colega.

Segundo Patricia Gaitán, o objetivo da instalação era despertar a percepção de si e do outro. “As brigas que aconteciam na escola faziam com que os alunos se enxergassem como inimigos, e essa atividade pretendia aproximá-los, fazendo-os ver o que há de melhor nos amigos, além de despertar a empatia e incentivar o diálogo”, conta.


A alimentação dos estudantes também era um tema que preocupava os professores e para apresentá-los ao universo dos alimentos, a escola organizou um passeio até o CEAGESP, no bairro da Vila Leopoldina. Durante a excursão eles passaram pelos stands de abastecimento, vendo de perto todo o caminho percorrido pelos alimentos até chegarem à merenda da escola. “Esse passeio também foi importante para que as crianças entendessem sobre desperdício e alimentação saudável”, detalha Patrícia.

O respeito aos funcionários da escola era outro desafio dos professores na EMEB e uma feliz coincidência fez as crianças se aproximarem do senhor Jocelin, de 63 anos, inspetor da escola. Durante a aula de ciências, a professora se lembrou que Jocelin havia sido garimpeiro e que sua história de vida poderia contribuir muito para o aprendizado de cada integrante da turma. A experiência com minerais e outras pedras levou o grupo até o Museu de Geociências da USP, no Butantã. “O passeio foi enriquecedor e a conversa com o inspetor foi fundamental para despertar o interesse deles pelo assunto. No Museu eles puderam ver até uma pepita de ouro”, diz a diretora.

Exibido com o intuito de provocar a percepção das emoções dos membros da EMEB, o filme Divertida Mente foi exibido na escola. De forma lúdica, o longa-metragem mostra as relações entre o corpo e a mente, traduzidas na importância de se trabalhar a inteligência emocional.

A fachada da Casa de Cultura serviu ainda de palco para que as crianças mostrassem uma apresentação de dança abordando a temática do racismo, da tolerância e do respeito às diferenças. Complementando o trabalho, eles falaram sobre xenofobia, confeccionando esculturas, máscaras e animais, evidenciando a cultura de cada região do Brasil.


De acordo com a diretora, o projeto foi um grande sucesso. “Os alunos ficaram muito felizes em ver que os trabalhos feitos na sala de aula em exibição para toda a cidade lá na Casa de Cultura. Depois de todas essas atividades, eu e os professores, podemos dizer que temos um ambiente mais tranquilo e que hoje as crianças valorizam o diálogo acima de tudo”, encerra.

(Texto: Luana Nascimento - Foto: Orlando Junior)